segunda-feira, 25 de abril de 2011

Habeas Cor - (Liberte o Coração) homenagem ao Habeas Pinho


Senhor Juiz (Deus)

Venho diante de vossa excelência expor um fato
Pedir assim se, de seu agrado for sua excelsa intervenção
Pois tendo já perdido o controle, não vejo em mim condições
De resolver de imediato, mesmo sendo responsável por minhas ações

Conhecendo seu Domínio e Sua capacidade, eu me rendo
E por não mais enxergar, dou por minha parte perdido assim a visão
Trago a Ti tamanho enigma e, peço desfragmenta-o e devolva-me a razão.
E dai a liberdade, Senhor Juiz, ao instrumento de carne em questão.

Da parte que a mim cabe, digo estava ele a poetizar, só e sem nada sentir
Quando foi tomada de mim a ciência, e percebi nada mais poder fazer
Procurei-o porem não dei queixa, pois me parecia bem a tal situação
E o tempo teve pressa em afastá-lo de mim, tirando-me o poder de ação.

Lembrai Senhor Juiz, do poeta Ronaldo Cunha
Do fato inusitado de um “tal” violão
Que tendo levado alegria nas noites de serestas
E sem nada dever foi parar numa prisão?

Lembrai Senhor! da atitude do Juiz Roberto Pessoa
Comovido em seu peito da responsabilidade em suas mãos
Vendo a tristeza da cidade e o silencio em suas ruas
Mandou soltar de imediato, dando liberdade ao violão

Peço com a mesma reverência que, me dê preferência
Pois tenho certa urgência, em voltar meu afazer
Preciso dele, do instrumento a ser mencionado, deixe preso
Os motivos que, agora são banais como já se pode ver

Senhor Juiz devolva a liberdade tira-o desta agonia
Pois o “crime” ocorrido foi amar outro coração
“crime” comum eu penso, considerando a tristeza deste dia
Vejo em minha mente a morte silenciosa da poesia

Ele nada mais é que, um cansado coração em sofrimento
Atrás das frias grades dos laços da ilusão
Certa de seu acolhimento, juntada destas provas,
Tristes provas! Eu peço, enfim, deferimento.

(procure por Habeas Pinho no google)
é um poema real, lindo e comovente.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Soneto da despedida


Sinto no peito a dor da despedida...
Muitas perguntas ficarão sem respostas...
E eu irei, de mãos dadas com a vida
Fechando de vez da minha alma a porta

Perde-se o alento em busca da felicidade
E sai pela janela aquela intrepidez
Que deixa do seu medo a vulgaridade
Levando consigo toda sua altivez...

Quem dera houvesse lembrança de paz,
Ou pudesse seguir e não voltar atrás...
E ver nas promessas de amor a sinceridade

E viver a vida de certezas e fidelidade
Entretanto, vi na tempestade a frágil bonança
Pois no romper-se do véu, fugiu a esperança.

sábado, 2 de abril de 2011

Pausa


Quando seu coração pediu uma pausa, silenciando-se ao amor, ela foi tomada por um vazio e nada movia seu interior, nem as palavras lindas, as frases perfeitas ou a declaração mais explicita nada, lhe arrancava um sorriso ou uma lágrima, era a pior de todas as fases os piores momentos. Até descobrir o milagroso valor do silêncio, ela viu que na pausa não há música, mas que a melodia não existe sem a pausa, e no silêncio continuou a marcar o compasso de sua vida, com a mesma precisão, tomando a nota seguinte com firmeza, como se nunca tivesse havido uma interrupção... Ela entendeu a melodia do amor, o seu silêncio necessário, a sua morte, o seu nascer avassalador,
Compreendendo a “pausa” na sua própria vida, ela nunca mais se desesperou.