terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Súplica do Beija-Flor


...Quanto a mim, da solidão me vesti,
Vi sangrar o meu coração sem paz,
A segredar à noite tudo que vivi,
Reluto sozinha, não volto atrás.

O sossego das noites não refrigera meus dias,
Poeta beija-flor... Perdi essa identidade!
Exilada morro aos poucos e comigo a poesia,
Tantos “não” que do “sim”, sinto saudades.

Quisera ressuscitar-me, não mais amar...
Já não percebo do amor o fulgor,
Só o silencio que sua ausência deixou.

Eu preciso me redescobrir no teu olhar,
Voar na essência e sabor do seu vasto jardim,
Alimenta esse beija-flor, traga néctar pra mim...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Como se fosse a última vez!


Já era dia
Desejei tanto que fosse noite,
...E aquela noite parecia dia!
Aqueles dias infindáveis de tão grande harmonia.

Eu te amei de uma forma tamanha, estranha,
Que toda noite era dia, e o dia se aproximava,
E eu nem percebia! Queria velar teu sono,
Tocar seu rosto enquanto dormia.

Dizer-te baixinho eu amo você!
Fica mais um dia, mas se te acordasse,
Eu não me perdoaria, estava tão lindo!
Seus olhos fechados, sua boca entreaberta.

Pedia-me um beijo, eu não resistia...
Amei-te, como quem ama pela última vez.
Senti seu coração bater, Como se fossem as últimas batidas,
Senti seu calor como se fosse sentir frio o resto da vida.

E já era noite, a lua desejava ver-te, 
Encantá-lo com sua beleza, talvez.
Roubá-lo de mim outra vez.

Mas um tão grande egoísmo em mim se fez,
Fechei a janela, queria tê-lo só para mim dessa vez.
E desejar que fosse dia, mesmo sendo noite.

...Como se fosse a última noite, a última vez!


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Seu amor é tudo



Antes que seja aprisionada pelo seu sorriso,
E sinta que a vida não fará mais sentido sem você
Antes que tenha certeza que você é tudo que preciso
Antes que eu perca a razão e no amor volte a crer

Antes que sua solidão misture com minha carência
E suas mãos toquem novamente as minhas
Antes que eu seja vencida por minha impaciência
E passe a crer que perto de você eu não esteja sozinha

Eu voarei rumo aos pinheiros, perto da tristeza
Onde as noites são frias, os dias são longos
Eu estarei a meditar na sua simplicidade e pureza

Na paz que emana de você, na sua doçura e nobreza
Eu irei pensar no silêncio da minha incompreensão
Não diga nada, talvez eu não resista à dor de um sincero não

Eu cheguei no tempo que é para ti a alto-reconstrução
Em que preferes a solidão latente no seu meigo olhar
Eu irei antes que, seja dominada pelo desejo de ficar

E quando este papel envelhecer,
Saiba que esta poetisa que hoje te escreve apesar
De nada ser, desejou ter tudo, e este tudo é você.  

 
 


terça-feira, 22 de maio de 2012

Luiz Antonio Cardoso e sua linda trova


A vida, pregando peça, 
mostra quem é mesmo amigo, 
quando a lida recomeça, 
e ninguém segue contigo. 


terça-feira, 10 de abril de 2012

O mistério do Jardim


Mesmo que quisesse demonstrar atenção e abrir novamente a janela, nada mais adiantaria,
O jardim era o mesmo, as flores continuavam exalando seus aromas, perfumando o ambiente singelo, os caminhos que eram mais que labirintos ainda existiam, o sensor que denunciava sua tristeza havia permanecido lá, o mar que os separavam, já não separa mais, o mar nunca existiu, e aquele amor desesperadamente rubro, nem era amor, nem era rubro.
Mas, ele insistia em abrir a janela, queria “ver” o canto triste do pássaro, lhe fazia bem pensar que a tristeza naquele canto era por sua causa ou por seu descaso; como era altivo seu ego! Imaginar que em sua presença, era o pássaro a beijar sua mão, ou que, no seu canto havia para ele um pedido de perdão.
Eu ouvi dizer que este pássaro possui uma égide de ouro e que canta no ninho do amor, no lugar onde poesias são poesias e o que passar disso é ilusão.
Num rio de palavras turvas, onde as reticências apenas esperam por mais palavras, que dê sossego a sua alma farta de sofrimento, te vi desfalecer de tanto esperar outro cântico... Eu sinto muito!
E neste momento o pássaro cantou voando por cima de tudo e no seu canto estava escrito: Liberdade a você e ao seu jardim, escute meu ultimo canto... Nunca mais espere por mim.



(prosa poética)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sua Vez! (lei do retorno)

Chegou sua vez, agora sei que chegou,
Você terá todas as oportunidades que tive,
De ouvir tudo que você me falou, não é difícil plantar,
Difícil é colher o que plantou.

Mas tinha que ser por mim,
Desse coração que você magoou,
Que eu já não o sentia no meu peito,
Pelo tanto que você o maltratou.

Suas palavras, seu desprezo, tudo isso doeu demais,
Como se não bastasse às vezes que me pisastes,
Ainda levava minha paz.

Mas chegou sua vez e, sua presença, sua ausência,
Ah, isso não me importa mais, sua voz, seu silêncio, tanto faz!
No lugar que um dia era só seu, hoje não te cabe mais.

É bem melhor assim, hoje vejo com clareza,
Sem lágrimas, sem tristeza que você nem aproxima,
Do que Deus tem para mim.

Não sei como se sente agora que, em mim tudo acabou,
Nem amor, nem amizade, em mim nada mais restou,
Mas, para teu bem eu te digo, observe em quem tu pisas,

A colheita só começou...

(Reincidindo)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Me chame de filha...

Sou sua criatura, sua semelhança, seu sopro de vida,
Sou o alvo principal de suas criações,
O seu amor transformado em ser,
Sou também a sua tristeza,
A causa de suas lágrimas,
Do seu arrependimento,
De tudo Tu me deste, e eu, a tudo desprezei,
Na angústia e nas tentações me tens aliviado,
E por quantas vezes eu te abandonei,
Tentei ser forte sem Ti, mas, no entanto,
Mais fraca eu fiquei,
E sem sua vida dentro de mim,
Busquei outros caminhos,
Errei, pequei Te esqueci,
E Te coloquei em último plano,
Achei as Tuas doutrinas e até mesmo
Teus mandamentos sem sentido
E assim te deixei de lado,
Procurei viver a vida sem Ti,
Às vezes quando as pessoas falavam de Ti,
Eu procurava imaginar-te, mas tinha medo,
Porque sabia Senhor, que, meus pecados,
Não Te eram ocultos,
E então fugia ao encontro do nada,
Porque tudo sem Ti é nada!
Mas acreditando na promessa que fizeste um dia,
De que se Te buscarmos de todo nosso coração,
E com toda nossa alma,
Verdadeiramente Te encontramos,
Venho a Ti Senhor, suplicar contrita,
E angustiada, que me perdoe,
Que me conceda novamente
O sopro de Sua vida.
E agora Senhor,
Que eu deixe de ser criatura,
E seja chamada de Filha.


Poema de Solene Carvalho

obs. Peço desculpas aos amigos, pela distãncia, por não ter como visitá-los no momento,
estou numa grande obra e não posso parar.
Meu carinho a todos e não me esqueçam.