terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vento da mudança













Sinto o vento da mudança em meu rosto,
uma troca de pele fora de tempo,
sendo o vento a trazer o perfume desconhecido,
tornando as águas dentro de mim em lamento.

Como se eu pudesse controlar as estações,
misturo lugar e tempo, algo que não entendo...
acima do alcance da minha mente, da minha visão
mas que faz pulsar vorazmente meu coração.

Inquietude vã, pois o vento sopra onde quer,
e eu só diminuo a força do lume,
(querendo na verdade extingui-lo), move o meu
ser em discórdia com tempo, não remo contra a maré.

Aceito de bom grado a solidão... Novamente (!)
companheira e amiga da minha fé
dou a carta de alforria ao amor, porém, tristemente.

Peço que vá, é livre! leve seu amor e não lamente,
vives-te em mim o tempo necessário,
para não ser esquecido, infelizmente.

Deixe o frescor deste vento que me muda,
amadurecer dentro de mim a sua ausência,
sem lágrimas nem retorno... E sem clemência.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Minha Esperança...


O que importa se em Ti está minha fé
...Nada importa!
 Pois em Ti está minha esperança
Ainda que me digam: não, não tem mais jeito...
Ainda que me torturem, e esmague meu peito
Continuarei afirmando: Tu és meu Deus!
E com alegria seguirei te louvando
Ainda que, caminhando contra o vento,
Eu caia e morra ao relento,

E minha carne seja dividida

Entre as feras do campo,
E de mim nada mais restar,
Minha fé me conduzirá ao céu,
E Contigo para sempre irei morar,
Mas quando minha sorte for mudada,
E pelo Senhor eu for agraciada,
Meus lábios mais O louvarão,
Feliz então eu serei, por poder dizer,
Ao meu Rei:
Minha fé não foi em vão!



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vulto


Eu, que fui à vida uma sonhadora,
Desfiz meus Sonhos ao ver seus,
Olhos pairados em outro Mundo.


Eu que sufoquei minha solidão,
Sonhando preencher meus dias ao seu lado,
Vi seus pés galgando outra estrada,
Passo a passo até afastar-se completamente de mim,


Eu que tantas vezes tentei cruzar seu caminho,
Mas você sempre encontrou um atalho,
Para não encontrar-se comigo,
Para não sentir pesados os meus olhos em seus olhos,
Ou minhas mãos em suas mãos.


Eu que tentei ser alguém em sua vida,
Fui apenas uma sombra, um vulto na solidão,
Tu foste tudo para mim, e me fizeste nada para você.


Algum dia quando o sol brilhar mais forte em seu caminho,
O meu vulto se tornará real em sua frente,
E não haverá atalho para você.


Porque o meu caminho começará,
Aonde o seu terminar,
E então o vulto será você.

Solene Carvalho

domingo, 12 de setembro de 2010

Desprotegida




Bem cedo, antes mesmo que o sol despontasse no horizonte,
Me pus a pensar no tempo, na vida que segue de agora em diante...
No tempo em que a tristeza decorre do meu desânimo,
Tornando-se assim num tempo oportuno...


... Oportuno para a chuva,
Tempo de ar pesado,
De nuvens escuras,
Tempo de ter cuidado...


Agora meu coração está desprotegido, desabitado,
Vulnerável, solicito e numa terra sedenta. O tempo é de chuva,
As águas costumam trazer todo tipo de fragmento,
Não tenho recursos para guardá-los longe do meu pensamento.


E eu, muitas e muitas vezes, tentei mantê-lo a salvo aqui dentro,
Pois sei que, a vida frutífera busca tanto as chuvas como sol,
Silenciosa, partilho o nascer do sol com meu sofrimento,
Ficou a sensação de tempo perdido, de felicidade adiada,


E isso é tudo! Tudo que ficou em mim, neste momento e, mais Nada!

Silviah Carvalho


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cristal Quebrado



Fim dos sonhos.
E essa dor que não passa,
Por que tem que chegar ao fim,
Algo que mal começou?
Tanto amor, tanta ilusão,
E o que faço com esse coração
Que não quer te esquecer?
...Essa esperança que não morre
Ah! Essa esperança, não quer morrer!
Era tão perfeito esse amor... Era perfeito,
Mas, como um pássaro abandona o ninho,
Você voou para outros braços,
Deixando em pedaços meu coração,
Como um cristal que caindo ao chão,
Torna-se em minúsculos grãos,
Quase como de areia,
Assim está o meu coração.
... Se ao menos pudesse juntar os pedaços!
Reconstruir minha história,
Já não estaria sofrendo,
Mas essa dor parece não ter fim,
E esse cristal quebrado, esmiuçado,
É tudo que restou de mim.


Silviah Carvalho

sábado, 4 de setembro de 2010

A excelência do Amor


Meu ambiente é determinado pelo o amor,
Me entrego resignada a descobrir seus mistérios
Desfaço-me em palavras para justificá-lo,
Na tentativa de entender seus critérios

Nada se nega ao amor, das mais belas palavras
Às mais dolorosas lágrimas, tudo é dele e por ele
As feridas da alma nascem por falta dele
E por ele também são cicatrizadas

Não escolhemos o amor ele nos escolhe
Sofrer ou não exige perspicácia, experiência
Domemos o coração com sabedoria
Pois, o amor reina sobre tudo e por excelência

Quanto mais o estudo, menos aprendo
O amor me atrai e torna maduro o meu poder
Conhecendo suas manhas e artimanhas
Sei em que ponto parar, antes de começar a sofrer

O tropeço pode estar no domínio da mente
... Sinto-me assaltada por perplexidades
Indagações que não sei responder, diz-me
O amor é um ser próprio e independente!?

Quisera eu ser capaz de responder este clamor
Mas nos meus conflitos sou treinada a não ser instrutor (a)
Sei que todo ser, um dia será experimentado e açoitado
Pela intensa tempestade chamada Amor.

A minha alma prospera na liberdade que chamo de prisão
Já bebo a dose certa do sentir, do querer, do desejar...
Nunca me embriago com o fraco cálice da paixão, mas o sirvo
Com prazer a quem fizer nascer, esse “amor” em meu coração


Silviah Carvalho




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ESPERANÇA (?!). Miguel Russowsky/SC

Esperança!... Não falhes, vem comigo!
Tu que és capaz de colorir o vento,
vem! – te peço - adoçar meu pensamento
com os favos de mel do amor antigo!


Esperança! Não deixa o desalento
se intrometer nesta ilusão que abrigo.
Não ponhas aqui dentro este inimigo
chamado:- “ Não te quero!” - não o aguento.






Esperança !... Perfuma meu agora
com a certeza que nuca se evapora
uma promessa feita à luz da lua.

Esperança!... Ó mentira deliciosa!
tu que anulas espinhos de uma rosa,
me faz, mais vez ouvir..: - Sou tua!


Fonte: Pavilhão Literário Singrando Horizontes